segunda-feira, 28 de março de 2011

Carta de apoio ao curso de Obstetrícia da EACH-USP

Nós, mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), mães, profissionais das mais variadas áreas e entidades afins declaramos nosso apoio ao Curso de Obstetrícia da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH-USP, que terá seu número de vagas reduzido e corre o risco, inclusive, de ser fechado, visto que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) não reconhece a categoria e a USP por pressão e intimidação se posicionou em seu Relatório Estudos das Potencialidades, Revisão e Remanejamento de Vagas nos Cursos de Graduação da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da USP considerando reduzir mais de 300 vagas, de diversos cursos.
Com indignação clamamos e lutamos contra esta ação, visto que o curso é o único no País a formar obstetrizes centradas nos cuidados integrais relacionados à saúde da mulher, especialmente em um momento único como o parto e nascimento de um filho, que é visto pelos atuantes deste ofício como algo fisiológico, próprio do corpo feminino, tendo a mulher como protagonista.
Uma formação desta magnitude é uma inovação, dado que o Brasil apresenta elevadas taxas de cesarianas eletivas, alcançado patamares como o 2º. País com os mais altos índices, seja no sistema público de saúde (cerca de 45%), ou no privado (cerca de 90%), mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um percentual de 15%, assim uma profissão centrada nas especificidades que uma gestante necessita é um ganho para a sociedade e para as futuras gerações, além do mais que já é uma vitória ter o Curso de Obstetrícia reaberto após 30 anos de sua exclusão, ocasionando cenários de violência institucional no atendimento ao parto e nascimento em várias regiões brasileiras, tratando os corpos femininos como templos do saber médico.
Pela continuidade do Curso de Obstetrícia da EACH-USP, pelo reconhecimento de nossas obstetrizes e pela arte de partejar!
Abaixo-assinamos,
Nome das entidades/grupos/coletivos/sites/blogs:
Blog Buena Leche – Cláudia Rodrigues
Blog Parto no Brasil – Ana Carolina A. Franzon & Bianca Lanu
Blog Mamãe Antenada - Pérola B.
Blog Mães Empreendedoras - Vanessa Rosa
Blog MaternAtiva - Denise Cardoso
ciadasmães
Gesta Paraná - Patrícia Merlin
Grupo Curumim - Paula Vianna
Hugo Sabatino
Kika de Pano - Bruna Leite
Mamíferas - Kalu Brum
What Mommy Needs – Carolina Pombo
-Parir é natural - Carla Andreucci Polido

- Blog Cheirinho de Rosa - Joana Carvalho de Jesus e Mike Gabriel Almeida Lopes 

Participem dessa blogagem coletiva e divulguem essa carta em seus sites/blogs!!!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Carta dos Estudantes de Obstetrícia da USP

A saúde da mulher encontra no Brasil números alarmantes. A OMS recomenda que o número de cirurgias cesáreas não ultrapasse 15%, porém, na rede pública brasileira este número alcança a marca de 48% e na rede particular de 70% a 90%. Apesar do incentivo do Ministério da Saúde do Brasil pelo parto normal e pela humanização dos mesmos, as taxas permanecem altas. Sendo assim, em resposta a este quadro, o curso de Obstetrícia foi reaberto na Universidade de São Paulo em 2005, 34 anos depois de sua extinção na mesma universidade.

Ressurgiu determinado a formar profissionais da saúde, capacitados para prestar uma assistência humanizada à população brasileira no que se refere assistência pré-natal, parto e pós parto, compreendendo a saúde da mulher, família e comunidade.

Acreditamos que uma atenção humanizada não é uma especificidade da obstetrícia, certamente profissionais médicos e enfermeiros podem e devem humanizar seu olhar e suas práticas. Contudo, a formação específica de Obstetrícia capacita os profissionais para praticar uma atenção individualizada à mulher e à família, compreendendo-a em seus processos de gestação, parto e amamentação como fisiológico, mas também e igualmente importantes, como processos emocionais, sociais, culturais, espirituais e como sementes para um mundo melhor.

No entanto, apesar de se propor a colaborar com a melhora da atenção a saúde da mulher, desde a sua reabertura, o curso enfrenta muitas dificuldades, dentre elas o impasse em relação a regularização da profissão de obstetriz. No diálogo com as instituições que poderiam regulamentar os profissionais formados nesse curso, viu-se a necessidade de ampliar a formação dos mesmos, o que gerou uma reformulação em sua grade curricular, que a partir de 2011 passa a ser realizado em 4 anos e meio em período integral. Assim, o curso foi tratando de dar respostas, aprender e recordar sempre qual a sua função e a importância que representa na possibilidade de contribuir na melhoria da atenção a saúde no Brasil.

A esses impasses soma-se o fato do curso de Obstetrícia estar situado em um campus recente da USP. Sendo um campus novo, os cursos situados nele têm pouca divulgação e consequentemente menor procura do que cursos tradicionais. Devido a isso, hoje a Obstetrícia enfrenta um problema ainda mais grave do que a regularização de seus profissionais: corre o risco de ter seu vestibular suspenso, o que abre a possibilidade do fechamento do mesmo. Além disso, há também a possibilidade de redução das vagas para acesso ao curso (hoje 60 vagas são disponibilizadas por ano). Entendemos, no entanto, que a realidade da assistência obstétrica no Brasil justifica a manutenção das 60 vagas atuais, permitindo a formação de um maior número de profissionais capacitados na assistência humanizada à saúde da mulher.

Como consequência indireta e não menos importante, a suspensão do vestibular e possível fechamento do curso diminui as chances das pessoas que vivem na Zona Leste de São Paulo, região caracterizada por população de menor poder aquisitivo e, dado o quadro das universidades do Brasil, com menor chances de cursar uma faculdade pública, em geral com maior prestígio no país.

Enfim, estamos falando da possível extinção da profissão Obstetriz e de sua capacidade de mudar a realidade obstétrica brasileira. Hoje os alunos formados podem trabalhar mediante uma ação judicial, porém enfrentam uma oposição das instiuições reguladoras que dificulta o ingresso destes profissionais no mercado de trabalho.

Pedimos, então, o seu apoio para evitar que a Obstetrícia tenha seu vestibular suspenso e sua formação ameaçada. Para isso você deve assinar o texto abaixo, podendo acrescentar comentários pessoais, e depois enviar para o email ajudeaobstetricia@gmail.com

Diante da realidade obstétrica brasileira, com altas taxas de cesárea e morbimortalidade materna, ao contrário das recomendações da OMS, apoio a graduação de Obstetrícia da Universidade de São Paulo, sendo contrário à suspensão de seu vestibular. Da mesma maneira apoio a profissão Obstetriz e sua inserção no mercado de trabalho, uma vez que acredito que este profissional pode alavancar uma assistência humanizada na saúde da mulher, melhorando e ressignificando os processos de gestação, parto e pós-parto.

Somos contra o fechamento do Curso de Obstetrícia da USP.

segunda-feira, 21 de março de 2011

As emoções da paternidade

By Amanda Greavette
Nos últimos 7 meses, não foram 9 pois só descobrimos que Rosa viria quando ela já estava com dois meses, vivi as maiores emoções da minha vida. Não lembro e mesmo que contasse já teria perdido as contas de quantas vezes eu chorei emocionado durante a nossa gravidez.

A notícia de que estávamos grávidos foi a primeira emoção forte, pois não sabia se chorava, se corria, se gritava, se me descabelava pois estava desempregado... enfim um misto de alegria e pânico me paralisou por alguns dias.

Quando já estava refeito da primeira emoção veio a segunda: o primeiro ultrassom. Um serzinho minúsculo que não parava quieto e ficava mexendo seus bracinhos e perninhas sem parar me tomou completamente, por alguns segundos senti como se nada estivesse naquela sala além de mim e da minha filha, sim minha filha pois também nesse dia soube da honra e da responsabilidade que me foi dada: Seria pai de uma menina.

Em novembro veio o nosso casamento que foi a três, um momento lindo em nossas vidas onde celebramos nossa felicidade com amigos e familiares muito queridos. Como não poderia deixar de ser, quando Joana e Rosa entraram na igreja, me acabei de chorar... e Joana que ainda tentou resistir também chorou.

E quando Rosa começou a interagir comigo e eu com ela?? Foram experiências fantásticas que começaram quando eu espremi a orelha na barriga de Joana até ouvir seu coraçãozinho batendo, de início achei que fosse o da mãe, mas frenético e baixinho daquele jeito só podia ser o de Rosa.

Depois foi a primeira mexida, bem sutil mas avassaladora no coração de um pai babão e bobão como eu. E por fim, depois de muitas mexidas e rebuliços, o dia em que senti que ela me percebe, o dia em que ao chegar em casa e conversar passando a mão na barriga de Joana ela deu duas mexidas fortes como se mandasse um oi ao papai e depois ficou quietinha recebendo carinhos.

Muitas coisas ainda irão acontecer e novas e surpreendentes emoções nos aguardam, mas essa fase de gestação, de espera e de preparação me tornou outro homem.

domingo, 20 de março de 2011

Meninas usam rosa


Esse post é do blog Viva Mulher, escrito pela Jornalista Maíra Kubík Mano.
Recomendo a leitura do seu blog, pois sempre traz temas relevantes num viés de combate ao machismo e à opressão de gênero.
Aproveitem esse texto sobre os simbolismos sociais na construção de identidades e estereótipos que acabam por reproduzir de forma muito nociva a desigualdade de gênero:

11.02.11

Havana – Quando nasce um bebê, os presentes dados costumam ter uma cor. Se for menina, rosa. Se for menino, azul. Parece simples, lógico. Algo que já faz parte da nossa cultura.

Aliás, não são só as lembranças ofertadas por amigos e familiares que se distribuem por cor: pais e mães também reforçam isso ao decorar o quarto e os móveis das crianças com adornos comumente identificados com um ou outro sexo.

E o que está por trás disso?

Todo um patriarcado nada fácil de identificar à primeira vista. Façamos um exercício: o que dizem a um pai quando nasce um menino? "Parabéns! Vai ser um grande homem!"; "Vai aprontar todas!"; "Um macho!"; "Vai ser pegador!". Etc. Etc. Etc. E quando é menina? "Ih, vai pagar todos os seus pecados"; "Que linda, que princesa!"; "Já tem quem vai te cuidar na velhice". 

Meninos são ativos. Meninas são suaves. Rosa é suave. Logo, meninas usam rosa. Meninos, decididos, vestem azul, claro!

E é assim que, desde o início, seja pelo que falamos, seja pela escolha das cores, já começamos a estabelecer as diferenças entre os sexos – e com elas a opressão a que estamos submetidas.

Bem, mas como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras – eu, claro, como jornalista, discordo totalmente disso –, cá está um trecho da incrível campanha que o governo do Equador tem promovido contra o machismo. Segue o link, porque aqui não consigo carregar os vídeos no blog: http://www.youtube.com/watch?v=NTxUWQ2IE6s&feature=BF&list=PL0E6136DD9F2FEA69&index=6

Deu para entender a mensagem mesmo sem falar espanhol, né?

Estou em Havana, Cuba, participando de uma pós-graduação internacional em Jornalismo e Gênero, e descobri esses anúncios com minha companheira de quarto, uma equatoriana. Segundo ela, as propagandas já estão no ar há dois anos e continuam sendo exibidas com a mesma intensidade, em cadeia nacional e horário nobre.

Achei algo realmente extraordinário que haja uma política pública com tal proposta. Quem dera tivéssemos alguma coisa de impacto e criatividade semelhantes no Brasil!

São vários anúncios, mas destaco outra hilária, que mostra crianças no futuro vendo um homem machista como "peça de museu", algo que ficou no passado. Das cavernas: http://www.youtube.com/watch?v=olb8gkuNgXw&feature=BF&list=PL0E6136DD9F2FEA69&index=9

Nada como o bom humor para combater o machismo.

Escrito por Maíra Kubík Mano às 21h10

sábado, 19 de março de 2011

Está chegando a hora

Bom, como todos e todas devem saber, faltam poucos dias para a chegada da flor mais querida da minha vida: ROSA!!! 
Pois é, há tão pouco tempo a gravidez ainda era novidade e de repente começo a me despedir da barriga e das maravilhosas sensações que é gestar uma criança no meu ventre.
Já estou morrendo de saudades de me olhar no espelho com o barrigão, mesmo estando mais pesada e com o corpo bastante modificado. Não sinto a mínima falta de roupas que hoje se encontram no fundo da gaveta e nem de me olhar e me sentir mais leve... se pudesse o barrigão duraria mais e mais tempo!!!

As mexidas são incríveis e emocionantes, quanta falta vou sentir da minha menina se mexendo dentro de mim!!! Bom, mas cada fase tem seus encantos. Ver o rostinho de minha pequena também será muito emocionante e cuidar dela, amamentando, dando banho, trocando fralda também me encherão de alegria!!!

Bom, nós duas estamos em sintonia e aguardando o primeiro momento no qual trabalharemos em equipe e com bastante esforço (nosso parto). Eu me despedindo da barriga e de tudo de maravilhoso que ela traz e minha Rosa está se despedindo de meu ventre, com muitos empurrões e mexidas que me enchem da mais pura alegria!

Em breve ela estará em meus braços com um sorriso bem banguelo e eu toda prosa a abraçá-la e acariciá-la com a cara mais boba do mundo!!!

"Coleiras" para crianças: reflexos de uma sociedade individualista

Olá pessoal, leio muitos blogs que falam de maternidade e coisas que envolvem esse mundo cheio de novidades. Minha preferência é por aqueles que trazem uma linha de contestação e questionamento de valores, colocando sempre o posicionamento sobre determinados temas com base na humanização (vejam minha lista de blogs). 
Humanização da vida em seu sentido amplo, aquela que respeita os direitos humanos, o direito a viver com dignidade (negado à maioria das pessoas cotidianamente), uma humanização que não está à venda e que só se consegue com muita luta. 
Um dos blogs que representa bastante esse perfil é o Mamíferas.
Em uma das minhas leituras quase diárias ao referido blog vi esse post que muito me chamou a atenção e que mais uma vez aponta para uma crítica bastante pertinente: em nome da praticidade abrimos mão do cuidado e da atenção tão importante para a formação de crianças saudáveis e humanas. 
O que vemos a cada dia é o reflexo mais evidente de uma sociedade individualista e excludente e esse é apenas mais um exemplo, mas que elucida muitas mazelas dessa sociedade capitalista, baseada no lucro e na transformação do ser humano em objeto.
A crítica é feita sobre o uso de "coleiras" em crianças para "domá-las". 
Mas numa sociedade onde objetos valem mais que pessoas, dinheiro e lucro são as palavras de ordem, naturalizar esse tipo de tratamento dado aos filhos não surpreende.
Quero registrar minha tristeza e dizer que não acredito que pais e mães devam se anular por causa dos filhos, nem deixar de fazerem o que gostam etc. Mas quando nos propomos a trazer uma vida ao mundo devemos saber que essa atitude requer ausência de egoísmo e dedicação. Isso se refere a abrir mão de uma coisa pela outra, são escolhas!!! 
Infelizmente nem sempre as pessoas podem fazem essas escolhas de forma livre e espontânea, mas o precedente nunca será os maus tratos e a humilhação.
Um problema nunca vai melhorar com mais problemas!       

quarta-feira, 16 de março de 2011

Fotos

Olá pessoal, estamos devendo mais postagens por aqui.
O tempo anda um pouco escasso e os preparativos para a chegada de Rosa estão a mil...
Fora que temos que curtir esses últimos dias intensamente, nos despedindo do barrigão e nos preparando para o nascimento de nossa querida flor!!!
Vejam algumas fotos que tiramos essa semana para registrar nossos momentos. 

37 semanas

Mamãe e Papai

Curtindo o final da gravidez

O amor está no ar



Posando para as últimas fotos do barrigão




Beijão minha Rosa



Curtindo o ar livre