quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Palmadas, pais/mães e filhos(as): O seu perdão não justifica a violência


O dia 19 de novembro é o “Dia mundial pela prevenção da violência doméstica contra a criança” e para não deixar passar em branco essa data os blogs a Cientista que Virou Mãe e Mamíferas convocaram uma blogagem na qual estamos participando[0].


Uma música clássica do "Ira!" tem uma verso interessante:
Se meu filho nem nasceu
Eu ainda sou o filho (Ira! - Dias de Luta)
Na verdade a gente nunca deixa de ser filho e vive numa certa dualidade de ser o abrigo do seu filho e se abrigar nos seus pais, para aqueles que buscam a "Criação com apego" essa dualidade ganha outros tons, pois criar os filhos requer uma dose de estudo e, consequentemente, confronto com aquilo que você passou como filho, nesse ponto inclui-se a violência.

Muitos pais defendem a violência contra crianças, pois sofreram violência quando crianças e sobreviveram, alguns até acham que se tornaram melhores devido a isso e que falta mais disciplina[1] às crianças hoje em dia. A questão é que você não sobreviveu devido a violência, mas apesar dela.

O fato de haver crianças, adolescentes e adultos sem limites, violentos, com valores distorcidos não é fruto da “falta” de violência física como muitos acreditam e sim fruto desta violência aliada à falta de carinho e atenção.

Então quer dizer que muitos pais, incluindo os nossos, nos criaram de forma errada? Sim! Mas isso não os faz monstros sem coração e que não devem ser perdoados, inclusive por que, na maioria dos casos, você já os perdoou. Não transforme esse perdão em justificativa para seguir errando, use-o para construir a superação desta prática.


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[0] O post saiu atrasado devido às dificuldades da vida
[1] Disciplina não significa violência.

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